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May 14, 2023

Turquia discutindo S

A Turquia e os EUA estão discutindo a criação de um grupo de trabalho para avaliar o impacto da compra de Ancara do sistema russo de defesa antimísseis S-400, mas a Turquia não atrasará sua entrega, disse o ministro das Relações Exteriores Mevlut Cavusoglu na quarta-feira.

As tensões entre a Turquia e os EUA estão aumentando devido à decisão de Ancara de comprar o sistema de mísseis S-400, que não é compatível com os sistemas da OTAN.

Autoridades dos EUA dizem que a compra da Turquia prejudicaria seu papel na construção de caças F-35, bem como a compra da aeronave, que Washington diz que seria comprometida pela presença dos S-400.

Os EUA e outros aliados da OTAN que possuem F-35 temem que o radar do sistema aprenda a localizar e rastrear o jato, tornando-o menos capaz de escapar das armas russas. Ancara diz que as preocupações dos EUA são exageradas e tem pressionado Washington a estabelecer um grupo de trabalho para avaliar os riscos que o sistema representaria para o F-35.

"Estamos trocando opiniões sobre como isso pode funcionar, continuaremos a compartilhar nossas opiniões. Assim que concordarmos com isso, decidiremos se haverá um grupo de trabalho ou não", disse Cavusoglu a repórteres em Ancara. "As discussões estão em andamento, não há nada certo ainda", acrescentou.

Consulte Mais informação: Os EUA podem se aproximar de outra pessoa enquanto uma briga com a Turquia sobre armas russas piora

Na segunda-feira, uma fonte familiarizada com o assunto disse que os EUA pediram à Turquia que atrasasse a entrega do sistema S-400, atualmente agendada para julho, em troca da possível aprovação da formação do grupo de trabalho.

"Não existe adiamento ou cancelamento neste estágio", disse Cavusoglu. "Também não está na agenda."

A compra do S-400 por Ancara é um "negócio fechado", reiterou Cavusoglu.

Os comentários do ministro das Relações Exteriores foram feitos depois que os legisladores dos EUA começaram a tomar medidas para impedir que a Turquia recebesse mais dos 100 F-35 que concordou em comprar. (Ancara já aceitou dois dos caças furtivos.)

O comitê de apropriações da Câmara dos Deputados dos EUA divulgou na terça-feira uma versão inicial de um projeto de lei que visa impedir o envio de caças F-35 para a Turquia, não permitindo nenhum gasto para financiar a entrega dos jatos - por exemplo, em combustível ou pilotos para voar a aeronave para a Turquia.

O primeiro-ministro turco rejeitou os esforços para expulsar seu país do programa, dizendo em 30 de abril que "um projeto F-35 do qual a Turquia está excluída está fadado ao colapso completo".

Consulte Mais informação: A Turquia pode comprar caças russos se os EUA se apegarem aos seus F-35 na disputa S-400

A provisão relativa ao F-35 da Turquia é uma pequena parte da conta de US$ 690 bilhões, e é muito cedo para dizer se será transformada em lei.

O subcomitê de verbas de defesa da Câmara deveria considerar o projeto na quarta-feira, mas a medida deve ser aprovada pela Câmara, controlada pelos democratas, e pelo Senado, controlado pelos republicanos, e sancionada por Trump, que quer mais dinheiro - US$ 750 bilhões - para o Departamento de Defesa do que os democratas querem dar.

Como membro da OTAN, a Turquia é um aliado próximo dos EUA, mas Ancara não é o único parceiro dos EUA a perseguir o S-400 da Rússia.

A Índia já concluiu a compra do avançado sistema de defesa aérea, e muitos esperam que Washington conceda a Nova Délhi uma isenção de sanções que poderiam ser impostas sob o Countering America's Adversaries Through Sanctions Act, que visa punir a Rússia por suas ações no exterior, incluindo interferência nas eleições presidenciais de 2016 nos Estados Unidos.

O embaixador do Iraque na Rússia, Haidar Mansour Hady, anunciou na quarta-feira que Bagdá decidiu comprar o sistema de mísseis russo S-400, dias depois que um legislador iraquiano revelou que tais discussões estavam ocorrendo.

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Vários outros países, amigos e inimigos dos EUA, manifestaram interesse em comprar o S-400. Entre eles estão os parceiros dos EUA na Arábia Saudita e no Egito, bem como no Vietnã, com os quais os EUA buscaram relações mais estreitas à medida que a China ganha influência na região da Ásia-Pacífico. A China também comprou o S-400, para o qual foi sancionado pelos EUA.

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