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Jan 03, 2024

O ABC da munição: as diferentes designações de calibres de pistola e rifle

Nesta primeira parte dedicada aos iniciantes, tentaremos definir o significado literal e técnico do termo "calibre" e como as designações de fábrica e comércio de cartuchos são, por vezes, bastante enigmáticas. Mas vamos começar do começo...

Queríamos apresentar uma série de artigos dedicados àqueles que (ainda) não são entusiastas de armas. A julgar pelas mensagens que recebemos, não são poucos os aspirantes a atiradores – ou apenas curiosos – que nos fazem perguntas “fáceis” mas perfeitamente legítimas. Todos nós, em algum momento de nossas vidas, não sabíamos a diferença entre um cartucho de pistola e um cartucho de rifle; portanto, não custa nada dedicar algum espaço aos fundamentos de nossa paixão. Uma das perguntas mais frequentes dos leitores diz respeito à definição de calibre, entendida tanto no sentido técnico quanto como nomes comerciais de cartuchos.

A palavra"calibre" vem do calibre francês, derivado do árabe qàlib, que significa "forma, molde".Em linguagem técnica referente a armas de fogo,calibre é a medida do diâmetro de uma bala. O conceito, por mais simples que seja, é complicado pelas diferentes unidades de medida adotadas ao longo dos anos e pelos hábitos, muitas vezes ligados à cultura militar e cinegética local. Não esqueçamos também que os cartuchos são um produto industrial destinado ao mercado; portanto, fatores comerciais e de marketing também são de grande importância em sua nomeação.

De um modo geral, o calibre das munições de pistola e rifle, excluindo as munições britânicas e com algumas exceções, é expresso no sistema métrico, enquanto as munições de origem americana ou britânica usam o sistema métrico imperial, que prevê, no nosso caso, a medição em polegadas , ou melhor, em frações. Uma polegada corresponde a 2,54 milímetros.

Um cartucho de pistola ou rifle é composto dequatro elementos: o projétil (a parte que será disparada no alvo), a caixa (uma parte tubular que contém o propelente), a espoleta (uma tampa que ao ser atingida causa a ignição da pólvora) e, finalmente, o próprio propelente.

Embora a munição geralmente receba o nome do diâmetro da bola, essa medida na verdade diz pouco sobre a velocidade e, portanto, a energia cinética do projétil, que é expressa em joules. A energia cinética (K) é representada pela fórmula K= ½ (mx v2) commomassa do projétil evo velocidade. Isso significa quea velocidade do projétil é muito mais importante do que sua massa para atingir a energia cinética total.

Vamos dar um exemplo: um projétil de 10 gramas viajando a 400 metros por segundo tem uma energia cinética de 800 joules. Se para a mesma velocidade dobrarmos o peso do projétil, o resultado será 1600 joules, que é o dobro do valor inicial. Mas se dobrarmos a velocidade empurrando o projétil de 10 gramas à velocidade de 800 m/s, o resultado será 3200 joules, ou seja, quatro vezes a situação inicial. Aqui, então,a melhor maneira de obter mais energia de um projétil é primeiro aumentar sua velocidade.

Do ponto de vista prático, isso pode ser conseguido aumentando a quantidade de propelente contida na caixa, ou seja, a parte do cartucho que funciona como recipiente e abriga o assento do primer, geralmente feito de latão. Tomemos o exemplo do .38 Short Colt, um dos primeiros cartuchos de revólver que surgiu em 1851 com uma caixa de 19,4 mm de comprimento. Em uma tentativa de tornar o cartucho mais potente, sua caixa foi alongada para 26,2 mm, e o novo cartucho foi chamado de .38 Long Colt.

Mas a energia do cartucho ainda era considerada insuficiente para uso em combate, então em 1898 o comprimento da caixa do cartucho foi aumentado para 29,3 mm. Assim nasceu o 38 Special, um calibre de revólver muito popular ainda hoje. Em 1934, Elmer Keith alongou a caixa do cartucho para a marca de 33 mm e a renomeou.357 Magnum

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