banner

Notícias

Dec 17, 2023

Tênis: O que os soldados da Ucrânia pensariam se eu apertasse a mão dos russos, diz Svitolina

Por Karolos Grohmann

PARIS (Reuters) - A tenista ucraniana Elina Svitolina não apertará a mão de oponentes russos e bielorrussos em respeito aos soldados que lutam na linha de frente após a invasão de seu país por Moscou no ano passado, disse ela nesta sexta-feira.

Svitolina, que chegou à quarta rodada do Aberto da França na sexta-feira com uma vitória sobre Anna Blinkova, da Rússia, se recusou a apertar a mão de sua adversária e foi vaiada por alguns torcedores.

"Começou com o governo ucraniano que foi às reuniões com o governo russo", disse Svitolina.

"Eles (a Ucrânia) foram contra apertar as mãos porque não compartilham os mesmos valores, obviamente, e o que os russos estão fazendo com nosso país."

"Somos ucranianos, todos unidos pelo objetivo de vencer esta guerra. Fazemos tudo o que for necessário."

O ucraniano de 28 anos pediu repetidamente que todos os tenistas russos e bielorrussos sejam banidos das competições internacionais durante a invasão de 2022, que Moscou chama de "operação militar especial".

"Eu sou ucraniano. Estou defendendo meu país, fazendo todo o possível para apoiar homens e mulheres que estão agora na linha de frente lutando por nossa terra, nosso país", disse Svitolina.

"Você pode imaginar o cara ou a garota na linha de frente olhando para mim e eu agindo como se nada estivesse acontecendo?"

A invasão da Ucrânia pela Rússia foi apoiada pela Bielo-Rússia, que atuou como um palco para as tropas e armas russas.

"Eu represento meu país. Tenho voz e minha posição nesta guerra. O que o governo e os soldados russos estão fazendo é realmente terrível", disse Svitolina. "Estamos todos unidos, ucranianos, e esta é a nossa posição."

O ato de recusar um aperto de mão provavelmente se repetirá em alguns dias, quando o ucraniano enfrentará a nona cabeça-de-chave Daria Kasatkina, da Rússia, na quarta rodada.

Kasatkina, que deixou a Rússia, criticou a guerra, chamando-a de "pesadelo" e entendendo a decisão dos ucranianos de não apertar as mãos.

"Sou grato a Dasha (Kasatkina) por assumir esta posição. Isso é o que você espera dos outros também. É muito corajoso da parte dela", disse Svitolina.

(Reportagem de Karolos Grohmann; Edição de Ken Ferris)

COMPARTILHAR